A Gravidade e a Forma da Terra – “A Revolução Iminente ” Rabino Zamir Cohen

Como já é bem conhecido, muitos povos da antiguidade acreditavam que a Terra tinha uma superfície plana, larga, sustentada por criaturas místicas imensas — tais como quatro elefantes de pé nas costas de uma tartaruga enorme, estando esta, por sua vez, nadando em um oceano infinitamente grande. 
 
 Desconsiderando quais eram os animais fazendo o trabalho, os povos antigos acreditavam que terremotos ocorriam quando uma dessas criaturas desajeitadas se movia. A ideia de que a terra era redonda foi considerada não somente extremamente improvável, mas também ridiculamente ilógica.  Foi somente mais tarde que alguns filósofos gregos começaram a afirmar que o mundo era redondo, ou, na melhor das hipóteses, em forma de cúpula.
Depois que Cristóvão Colombo descobriu a América em 1492, enquanto viajava para o Ocidente em busca de uma rota mais curta para a Índia, muitos indivíduos ficaram motivados a empreender viagens de descoberta semelhantes. Cada vez mais e mais viajantes chegaram à conclusão de que a Terra era realmente redonda, em oposição à opinião firmemente arraigada das massas.  Apesar disso, progressivamente, um número crescente de pessoas começou a entender que a Terra é, de fato, redonda. Hoje em dia, todas as crianças em idade escolar conhecem a verdade e veem fotografias tiradas do espaço mostrando o globo esférico no qual todos nós vivemos. Hoje em dia, a teoria da Terra plana, sustentada por baleias e elefantes, nos traz somente um sorriso.   Mas precisamos lembrar que a única prova relevante à disposição das civilizações antigas era o que viam ao seu redor — os campos, os vales, o oceano sem fim se estendendo diante deles. Eles não tinham um motivo plausível para empreender aquele salto imaginativo necessário para pensar que a Terra era eventualmente redonda. Além disso, antes de Sir Isaac Newton (1642-1727)  descobrir as leis  da gravidade, não havia razão lógica que sugerisse que a terra povoada por humanos, animais e miríades de objetos era redonda. Como poderiam criaturas no lado oposto do mundo, de cabeça para baixo, não cair do planeta? 

Uma vez mais, o Zohar,¹ escrito há mais de 2.000 anos, tem alguma coisa a dizer sobre este assunto. Neste caso, cita um livro escrito ainda antes deste, por Rabi Hamnuna Saba, na época do Segundo Templo: 
 “O mundo inteiro e aqueles que estão em cima dele giram ao redor em um círculo como uma bola, tanto aqueles no fundo da bola como os que estão acima. Todas as criaturas de D-us, seja  onde for que estiverem nas diferentes partes da bola, podem parecer diferentes (na coloração e nas feições) porque o ar é diferente em cada lugar, mas elas estão eretas como todas as outras criaturas humanas. Portanto, há lugares no mundo onde, quando alguns têm luz, outros têm escuridão; quando alguns têm dia, outros têm noite. Há um lugar no mundo onde o dia é longo e a noite é muito curta. Está escrito: ‘Eu Lhe agradecerei, pois sou temivelmente, prodigiosamente moldado; magníficas são Suas obras e minha alma conhece-as bem’ (Salmos 139:14). E este segredo foi passado para os homens de sabedoria — a sabedoria da Torá.”
Este segmento curto e expressivo do Zohar contém algumas informações muito importantes. Seu autor sabia que: A. O mundo tem a forma de uma bola, e não é plano, como era  entendido pela humanidade. B. A Terra não está fixa permanentemente em um lugar, mas gira e volve em seu próprio eixo. C. Seres humanos vivem em ambos os lados do planeta, em cima e em baixo. D. Humanos vivem em um lado do globo, com seus pés no chão, exatamente da mesma maneira como fazem do outro lado. Isto indica a compreensão da força da gravidade (apesar de a gravidade ter sidoi descoberta por Newton há somente 300 anos). E. Quando é dia em uma metade da terra, é noite na outra e vice-versa. F. Há um lugar onde quase sempre tem luz e a noite é muito curta (tais como as regiões árticas, devido ao ângulo da Terra   em relação ao sol).
Os Sábios da Torá perceberam que a informação à sua disposição não era conhecida dos cientistas do seu tempo e poderia parecer estranha a eles, senão extravagante. Assim, o Zohar conclui que esta informação é um segredo. Também nos diz que esta informação não foi conseguida através de pesquisa, mas foi transmitida aos Sábios da Torá através das gerações. E eles declaram: “E este segredo foi passado aos homens de sabedoria — a sabedoria da Torá.”  A fonte deste conhecimento não é natural; está na Torá.  

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