Embora as antigas nações já não existem no mundo, suas linhas de caráter permaneceram como as linhas básicas de diversos e vários grupos de seres humanos. Isso é expresso no ambiente social de cada povo e no caráter de cada indivíduo, que consiste em antigas inclinações de qualidades humanas.
Os três filhos de Noach – Shem, Cham e Yefet dividiram, entre eles, o caráter da natureza humana:
Shem – Ele é o ancestral daqueles que têm aspirações espirituais por moralidade e valores, por conteúdo elevado e por um profundo desenvolvimento da essência interior.
Yefet– Ele é o ancestral daqueles que seguem a superficialidade, aqueles que desejam alcançar somente realizações superficiais, para se orgulhar, por conveniência e prazer.
Cham– Ele é o ancestral daqueles que seguem as tendências para se estabelecer no trabalho de construção das fundações das necessidades deste mundo e da obtenção de sua bondade material.
Existem, portanto, três tipos de carateres para os quais a pessoa se dedica em sua vida. Cada um deles enfatiza uma força especial entre as forças que o Criador plantou no homem e, de fato, cada uma delas precisa da outra força para obter um trabalho em conjunto.
Shem– O poder da fé e do livre arbítrio, que é usado para estabelecer uma verdadeira escala de valores, de acordo com a qual o homem cria o conteúdo espiritual de sua vida. O mundo interior dos valores do homem e seu forte relacionamento à sua fé nesses valores são expressos em todas as suas ações. Ele engloba sua personalidade, participa das decisões de livre arbítrio e constrói o mundo interior do homem.
O poder da sabedoria também serve ao livre arbítrio. Ele pesquisa os valores pelos quais será estabelecida a vida e seu propósito. A diligência e o amor ao trabalho também fazem parte do esforço. Os valores espirituais concedem riqueza interior profunda, que é o único domínio da autoridade do indivíduo que está no coração do homem.
Yefet– O desejo de viver uma vida agradável e um senso de beleza, é necessário a fim de criar ferramentas que facilitam a preocupação e o esforço pela existência e para que a vida seja agradável. As realizações práticas do homem, nas quais ele pode se gabar, são produtos de sua inteligência e sabedoria, e são os frutos do poder intelectual e dos talentos naturais do homem com quem ele foi abençoado desde o nascimento.
Cham– A terceira força é o atributo de diligência, realização e esforço. Estas três virtudes, são necessárias para que o homem forneça os fundamentos da existência material. As coisas que uma pessoa precisa para sustentar sua vida são adquiridas pela diligência e esforço. O amor ao trabalho e a alegria do coração no esforço tocam em todas as áreas da vida humana, mas nesta parte eles se destacam.
Estes são os três tipos de virtudes pelos quais os seres-humanos vivem. Cada um deles tem o poder de conquistar todos e de ser considerado o propósito e o único propósito de sua vida. Poderia ter havido uma parceria verdadeira, boa e honesta entre as virtudes, caso cada uma delas se una às outras sincronizada e equilibradamente.
Essas virtudes devem ocupar seu lugar correto, tanto na vida pública quanto na vida social. A maneira correta para que isto aconteça, é quando cada um está na sua devida posição, sendo que a base espiritual é o alicerce de tudo, para que as outras virtudes possam se desenvolver corretamente.
O grande problema da humanidade é quando estas três virtudes essenciais, são usadas e postas em prática, sem equilíbrio. Deste modo, tudo muda do bem para o mal. Por exemplo: quando a dedicação à parte material, passa a ser a essência de vida a tal ponto, que a pessoa concentra todos seus esforços para cultuar seus prazeres materiais, não somente no comportamento individual, mas também no comportamento público.
A escravidão pelas necessidades da vida pode ser intensificada ao ponto da cegueira. O desejo de prazeres, pode fazer com que a pessoa perca o limite da vergonha, e se comporte como um animal. Cada uma das três virtudes citadas acima, caso não seja utilizada adequadamente de modo e porcentagem correta, podem transformar a vida, ao invés de bela e agradável, em uma vida deturpada e cheia de angústias e intrigas.
Não há nada mais nítido e explícito do que a própria realidade, para provar isto.
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