É um fato amplamente conhecido que a única pessoa a levar o titulo de cohen (sacerdote) depois que Israel saiu da terra do Egito foi Aaron, o irmão de Moisés, da tribo de Levi. O restante da tribo — incluindo Moisés — permaneceu Levi e não foi lhes conferido o titulo de kehuná (sacerdócio). No decreto Divino apontando Aaron como o Cohen HaGadol (Sumo-Sacerdote), estava declarado que o sacerdócio passaria de pai para filho. Por esta razão, os filhos e descendentes de Aaron, por todas as gerações, são considerados Cohanim (sacerdotes), com o privilégio de servir no Templo, cumprir a bênção sacerdotal, receber presentes e o dízimo designados para a classe dos sacerdotes, e mais ainda. Somente a filha de um cohen que se casa com um não-cohen perde a condição sacerdotal e seus filhos não são mais considerados Cohanim. Certamente, o princípio por detrás da transmissão do sacerdócio de pai para filho é espiritual em sua natureza, exatamente como todos os mandamentos da Torá estão baseados em verdades espirituais. Mesmo assim, é espantoso descobrir que um projeto de pesquisa internacional sobe os Cohanim de hoje provou que o princípio de “herança espiritual” também encontra forte expressão no reino físico.
Levantando muita agitação no mundo da pesquisa genética, este estudo revolucionário foi feito por um grupo sob a direção do Prof. Karl Skorecki, Diretor do Departamento de Nefrologia e Estudos Moleculares do Technion, Israel, e Diretor do Departamento de Nefrologia no Centro Médico Rambam, em Haifa, Israel. Também faziam parte pesquisadores dos Estados Unidos e da Inglaterra, tais como Dr.David Goldstein e Dr.Neil Bradman da College University de Londres, e muitos outros. Os resultados do estudo foram publicados em 1997 no Discovery, e em 1998, no Science News.
Os dados do projeto, coletados durante um certo número de anos, revelaram que os Cohanim de várias comunidades judaicas — Inglaterra, Tunísia, Canadá, Rússia, Iêmen e outras — são portadores de um marcador genético comum no seu DNA, e isto, em uma porcentagem muito mais alta do que qualquer outro grupo demográfico. Aproximadamente 80% dos Cohanim testados portavam o mesmo traço genético, enquanto judeus que não eram Cohanim portavam traço genético similar a uma porcentagem de somente 20%. Além disso, a porcentagem deste traço comum entre gentios era menos de 5%. De acordo com os pesquisadores do projeto, a alta frequencia de elementos genéticos comuns de tais comunidades diversas comprova que eles estavam ligados a uma só família original, sendo descendentes de um só patriarca que viveu antes do povo Judeu ser dividido em duas comunidades principais: ashquenazi e sefaradi — como resultado da Diáspora há mais ou menos mil anos. Outrossim, o achado mais irrefutável desta pesquisa é que estas características comuns são passadas somente de pai para filho, e não de pai para filha ou de mãe para o filho ou filha. Isto porque o gene enfocado existe apenas no cromossomo Y masculino, que vai do pai para o filho somente. Em outras palavras, somente os descendentes masculinos do pai protótipo são portadores das características únicas que os relaciona à família original de Cohanim — de acordo com o decreto Divino mencionado acima, declarando que o sacerdócio passaria de pai para filho. Como se esta prova de continuidade genética não fosse suficientemente convincente, certos testes foram feitos para determinar o número de gerações que se passaram desde a existência do patriarca original dessa primeira família. Multiplicando o número de gerações pelo número de anos de cada geração, podemos chegar a uma estimativa de há quantos anos este homem viveu. Mas, porque um cohen poderia ter nascido de um pai que tinha vinte anos e um outro de um pai que tinha quarenta, foi decidido que a idade média de cada pai deveria der de trinta anos. Pesquisadores, portanto, determinaram que o primeiro pai desta linhagem deve ter vivido há cento e seis gerações. Cento e seis gerações vezes trinta anos é igual a 3.180 anos. De acordo com a tradição judaica, Aaron, o Cohen, viveu durante o período do Êxodo do Egito — há aproximadamente 3.300 anos! Um cálculo baseado nesta pesquisa científica determinou uma data quase exata paralela ao período em que Aaron viveu. Outrossim, se lembrarmos que a idade dos pais, em média, foi calculada em trinta anos, mas, na realidade, poderia haver uma discrepância considerável, podemos concluir que há uma equiparação exata entre os fatos da pesquisa genética e a data da vida de Aaron de acordo com a Torá. Dr. Abraham Amar, cientista sênior do Laboratório de Tipologia do Tecido no Centro Médico Hadassa Ein-Kerem, resume sua pesquisa a seguir: “Qualquer pessoa que se recuse a acreditar na tradição do povo Judeu, tem que baixar a cabeça perante a evidência científica que prova a veracidade e autoridade da tradição da Torá, como tem sido passada exatamente de geração a geração.”