Pessoas inteligentes e famosas podem cometer erros, e dos grandes. De repente, no curso da vida, Korach fez publicamente uma declaração que soava muito charmosa: “Toda a comunidade é santa”, ele gritou para Moshe e Aharon, “e por que se gabam?” Quanta demagogia. Quanto populismo. É claro que todos são santos, mas Korach decidiu que ele deixava o caminho do autodesenvolvimento e da correção constante que leva à santidade. Todos são santos e, portanto, ele mesmo está no nível de Moshe e Aharon. São todos santos e, portanto, não há sentido nos mandamentos práticos e no estudo da Torah, os quais ele começa a ridicularizar. Em face da afirmação “Todos são santos”, Moisés apresenta um caminho completamente diferente: “Sejam santos”, diz ele ao povo, e lhes dá 613 missões no caminho para a santidade.
Korach fala no tempo presente (“são todos santos!”), como se já tivéssemos chegado ao nosso destino. Moshe fala no tempo futuro (“sejam santos!”), porque é necessário trabalhar. Um fala sobre direitos e outro sobre obrigações. Um bajula as massas e o outro demanda e desafia as massas. De acordo com Korach, a Torah baixou a santidade ao mundo de forma automática. De acordo com Moshe, a Torah baixou ao mundo a possibilidade de haver santidade e devemos trabalhar.
O Rav Kook escreve que mesmo em nossa geração é preciso ter cuidado com as pessoas que zombam da Torah de Moshe e não que entendem que a vida é um longo e fundamental workshop de construção da personalidade, passo a passo.