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Fora do “eu”

A palavra que mais dizemos é “eu”. É muito difícil sair de si mesmo, e a parashá dessa semana exige que façamos isso muitas vezes: lidarmos da melhor forma com nossos funcionários, não enganar nas negociações, não mentir sobre assuntos financeiros, emprestar dinheiro e ajudar os outros, prestar muita atenção quando uma pessoa está em dificuldades financeiras e não deixá-lo decair a um estado de pobreza e muito mais. Devemos prestar atenção até mesmo à terra, e deixá-la descansar no ano sabático. As 613 mitzvot são um workshop de trabalho sobre si mesmo, no qual a pessoa deve entender que ela não está no centro, que o foco de atenção deve ser a outra pessoa, o cônjuge, os filhos, os pais, D'us.

O Rav Kook resumiu a questão em uma frase muito pungente: “Muito é preciso que o homem trabalhe até que lhe fique evidente de forma adequada que, na realidade, há um mundo diferente de sua própria realidade privada”. Vale a pena ler esta frase novamente. Temos que trabalhar duro para entender que existem outras coisas nesse mundo além da nossa realidade privada. A continuação da frase não é menos desafiadora: “Quando ele souber disso apropriadamente, só então ele pode alcançar seu Criador”.

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