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Leil Hasseder

LEIL HASEDER
 
A noite de Pessach é chamada de Leil Haseder. Seder em Hebraico significa ordem. portanto, Chazal fixaram 15 sinais para que possamos dirigir este Seder com certa ordem. eis aqui perante ao público, as Halachot e condutas desta noite, segundo os sinais e orientações determinadas por Chazal

 
Kadesh
 
É feito o kidush com uma taça cheia de vinho. Esta taça é o primeiro dos quatros copos de vinho desta noite, devemos bebê-lo inclinados ao lado esquerdo.
 
Urchats
 
Devemos lavar as mãos antes de comer o carpass. O carpass é chamado de “maaachal she tibulo bamashke”, ou seja, uma comida que é imersa no líquido. Portanto devemos lavar as mãos, porém sem recitar a berachá de “al netilat yadayim”.
 
Carpass
 
Comemos verdura. Esta verdura deve ser imersa na água com sal. Cada comunidade usa uma verdura diferente, de acordo com seu costume. De modo geral, se usa batata inglesa.
 
Yachats
 
O condutor do seder pega a segunda matsá das três matsot que estão na keará (travessa) do seder. Esta matsá deve ser dividida em duas partes. A parte menor volta para o lugar entre as duas matsot, e a parte maior, é guardada e escondida para o afikoman no final do seder.
 
Magid
 
Magid inclui a mitsvá de contar sobre a história da saída do Egito.
 
Segundo copo de vinho
 
Depois de recitar “há lachmá aniá”, se serve o segundo copo de vinho, para que as crianças despertem e perguntem sobre as diferenças feitas nesta noite, neste caso que estão servindo o segundo copo antes da refeição.
 
Retirar a keará (travessa do seder)
 
Há quem retira a keará antes de servir o segundo copo e antes de falar má nishtaná. Há quem não retira, somente cobre as matsot.
 
Má Nishtaná
 
O preceito de contar sobre a história da saída do Egito, deve ser feito em modo de perguntas e respostas.
 
O filho pergunta ao pai, se não tem filho, sua filha pergunta a ele, se não tem filha, sua esposa lhe pergunta, se ele não tem ninguém para lhe perguntar, ele pergunta a si mesmo, e até mesmo os eruditos da Torá perguntam a seus companheiros.
 
A princípio, basta que somente um dos filhos pergunte má nishtaná. Porém cada comunidade tem seu costume diferente em relação a esta parte. Há aqueles que todas as crianças perguntam, aqueles que também os netos e os visitantantes e etc…
 
Avadim Hainu
 
Antes de recitar esta parte, devolvemos a keará ao seu lugar ou descobrimos as matsot(depende do costume).
 
Vehi Sheamda
 
Pegamos o copo de vinho e cobrimos as matzot até terminar a parte “matsileinu miadam”. Depois deixamos o copo de vinho e descobrimos as matsot, até chegar na parte “leficach anachnu chaiavim…”.
 
Derramando gotas de vinho
 
É costume derramar um pouco de vinho do copo ao dizer: ” dam, esh vetimrot ashan” (sangue e fogo e fumaça). É costume também fazer o mesmo ao recitar cada uma das dez pragas, e também nos sinais fixados por Rabi Yehudá.
 
É costume despejar o vinho com o dedo indicador.
 
Copo cheio
 
Após derramar o vinho como o citado anteriormente, é apropriado adicionar vinho e preenchê-lo, para estar preparado para a berachá 'Asher Gealanu', que deve estar com o copo cheio, como qualquer outro copo de berachá.
 
Pessach, Matsá e Maror
 
Conhecer os motivos e razões de comer a o sacrifício de Pessach, Matsá e Maror, são partes imprescindíveis na noite do Seder, a tal ponto que nossos sábios afirmam que: “Quem não diz estas três coisas em Pessach, ele não cumpriu sua obrigação”.
 
Portanto, deve-se ter o cuidado de dizer o parágrafo que começa e explica o preceito desta noite: Raban Gamliel disse:”também é apropriado explicar a todos os participantes do Seder em linguagem que possam entender o motivo dessas mitzvot”.
 
Portanto, se houve algum motivo que era necessário interromper o seder no meio, ao se reunir novamente, devem reiniciar neste trecho até depois da benção de Asher Gealanu e beber o segundo dos quatro copos de vinho.
 
Ao recitar “esta matzá
 
Levantamos a matzá e mostramos às pessoas para apreciar a mitzvá.
 
Ao recitar “este maror”
 
Levantamos o maror e mostramos às pessoas para apreciar a mitzvá.
 
Ao recitar “este Pessach”
 
Quando recitamos “este Pessach”, não devemos levantar a parte simbólica que representa este sacrifício na keará, para que não pareça que estamos dedicando este pedaço ao sacrifício de pessach (algo que é proibido sem que o Beit Hamikdash esteja construído). Há costumes que não levantam a matsá e o maror.
 
Leficah anachnu chaiavim
 
Antes de recitar esta parte, devemos cobrir as matsot, pegar o copo de vinho, pois recitamos o Halel (que é considerado um cântico de louvor), e este não deve ser recitado somente sobre um copo de vinho que deve estar cheio. Caso não tenha preenchido o copo após derramar vinho com o dedo, que preencha-o neste momento. Devemos segurar o copo até encerrar a berachá com as palavras “gaal yisrael”.
 
No final desta berachá, devemos beber o segundo copo, recitando a berachá de borê peri haguefen (segundo o costume ashkenazita, que recita a berachá sobre cada um dos quatro copos de vinho). Devemos isentar nesta berachá o vinho que talvez bebamos no meio da refeição.
 
Devemos bebê-lo inclinados ao lado esquerdo.
 
Segundo o costume sefaradita, não é recitada a berachá sobre este copo, uma vez que a berachá do kidush, isenta a berachá sobre o segundo copo de vinho.
 
Rochtsá
 
Lavar as mãos na água antes da refeição e recitamos a berachá “al netilat yadayim”.
 
Motsi Matsá
 
Antes de comer a matsá, que tenha intenção de cumprir a mitsvá de comer a matsá na noite de Pessach, pela razão que na saída do Egito não houve tempo para assar a massa até que saíssem para a liberdade.
 
O condutor do seder, pega as três matsot, a primeira e a terceira completas (para cumprir a mitsvá de lechem mishne como em todo Shabat e Yom Tov), e a segunda pela metade (para comer o “lechem ôni”, o pão da pobreza).
 
Recitar a berachá de hamotsi, depois deve soltar a matsá inferior, e recitar pela matsá superior e a intermediária, a berachá de ” al achilat matsá”.
 
Na berachá “al achilat matsá”, deve ter intenção de isentar a matsá do korech e do afikoman. Portanto, até comer o korech, não deve-se interromper com conversa que não seja relacionada a seudá do seder.
 
A berachá deve ser recitada sobre dois kazait (cada kazait corresponde a 1 terço de matsá feita a mão e 2 terços de matsá feita por máquina). O primeiro kazait corresponde ao lechem mishne, e o segundo kazait corresponde a mitsvá de comer matsá. Cada pessoa deve comer os dois kazait inclinado para o lado esquerdo.
 
Caso as matsot da keará não sejam suficientes para que todos os participantes tenham a quantidade necessária de matsot, que cada um pegue de outras matsot que foram assadas com intenção que possam servir para a mitsvá, porém devem ter também uma pequena parte das matsot da keará.
 
A princípio, os dois kazait devem ser comidos de uma vez só. Ou seja, mastigar bem até que sinta o sabor da matsá em sua boca. A pessoa deve ingerir pelo menos um cazait inteiro de uma vez só.
 
A matsá deve ser consumida durante o tempo de “bichdei achilat prass”, ou seja: a princípio 2 minutos, se não em 4 minutos, e não mais do que em 9 minutos. O tempo necessário para comer, inicia desde que a pessoa engoliu a matsá pela primeira vez, e não desde que a matsá foi posta em sua boca. Para ganhar tempo, o aconselhável é que a pessoa mastigue o máximo possível e somente depois deve engolir a matsá mastigada.
 
Aquele que não pode comê-los imediatamente de uma vez só, deve comer primeiro o kazait do hamotsi (ou seja, da matzá superior), e em seguida comer o kazait da mitsvá de comer matsá. Caso não possa comer o kazait de matsá de uma vez, que o coma devagar, contanto que desde o ato do início de comer (ao engolir a matsá pela primeira vez) até o final, não passe mais do que nove minutos.
 
Mergulhar em sal
 
É costume que, na noite de Pessach, não se mergulha a matsá em sal. O costume dos Sefaradim, é de mergulhar a matsá em sal.
 
Maror (verdura amarga)
 
Se recita a berachá “… al achilat maror”. Nesta berachá devemos isentar também o maror que comeremos no corech.
 
A principal verdura amarga que é usada é alface (deve ser bem verificado). Há quem use raiz forte.
 
Imersão no charosset
 
O maror deve ser imerso no charosset. Este é uma das duas imersões (mencionadas no má nishtaná), feitas nesta noite. Existem vários costumes em relação à esta imersão. Todos concordam que o maror não deve perder seu sabor amargo por causa desta imersão.
 
Tempo
 
O maror deve ser consumido no mesmo tempo que a matsá (“bichdei achilat prass”, ou seja: a princípio 2 minutos, se não em 4 minutos, e não mais do que em 9 minutos).
 
Inclinação
 
Não é necessário estar inclinado ao consumir o maror. As mulheres estão obrigadas a comer o maror.
 
Korech
 
O Korech é feito em lembrança e memória ao fato que Hilel fazia um “sanduíche” de matsá, korban pessach e maror na noite de pessach, para cumprir o recitado no passuk, que o korban pessach era consumido com matsá e maror.
 
É usado um kazait da matsá inferior, um kazait de maror (imerso no charosset), e se diz “zecher hamikdash kehilel…”. O korech é consumido ao estarmos inclinados.
 
Shulchan Orech (refeição de Yom Tov)
 
Comer ovos
 
No início da refeição costuma-se comer ovos por três motivos:
 
1.   Para lembrar que o Beit Hamikdash está destruído e portanto não podemos cumprir o preceito do sacrifício de Pessach.
2.   O mesmo dia da semana que cai o Leil Haseder, é o dia da semana que cairá o Tishá Beav (destruição dos dois templos sagrados).
3.   O ovo é em memória do korban chaguigá.
 
Carne assada
 
É costume não comer carne assada na noite do Seder, por receio que estejamos santificando (fora do Beit Hamikdash) esta carne para o sacrifício de pessach. Veja acima sobre o motivo porque não se eleva nada ao recitar “este Pessach”.
 
Como é impossível comê-lo sem assar, é proibido comê-lo na noite de pessach. Caso depois de assado tenha sido moído (antes de Yom Tov, ou do modo permitido no Yom Tov), com ovo e cebola, é permitido ser consumido.
 
É permitido beber vinho durante a seudá, e não há receio de que esteja transgredindo o preceito de adicionar mais copos do que os quatro copos de vinho.
 
Tsafun (escondido-afikoman)
 
A princípio devem ser consumidos dois kazait (um em relação ao sacrifício de Pessach e outro em relação a matsá que é consumida junto com ele). Deve ser consumido ao estarmos inclinados.
 
Em quanto tempo deve ser consumido?
 
Durante o mesmo tempo que a matsá e o maror (“bichdei achilat prass”, ou seja: a princípio 2 minutos, se não em 4 minutos, e não mais do que em 9 minutos).
 
Já que o afikoman é consumido em memória ao sacrifício de Pessach feito no Beit Hamikdash, deve ser consumido no final da refeição, do mesmo modo que no Beit Hamikdash ele era consumido quando a pessoa estava satisfeita. A pessoa deve tomar cuidado para “não encher a barriga demais”, para haver possibilidade de consumir o afikoman segundo as regras da mitsvá.
 
Horário de comer o afikoman
 
No Tratado de Pessachim, há uma divergência entre Rabi Elazar Ben Azaria e Rabi Akiva, sobre o tempo de comer o Korban Pessach. Rabi Elazar ben Azaria opina que o tempo para comer Pessach é até chatsot. Rabi Akiva acredita que o tempo para comer é até alot hashachar. Já que o afikoman é em memória do Korban Pessach, então o horário dos dois é o mesmo.
 
Os rishonim não chegaram a uma conclusão como qual das duas opiniões segue a halachá. Portanto, deve ser tomado o cuidado para que o afikoman seja comido antes de chatsot. Caso não tenha comido antes de chatsot, pode comê-lo após chatsot.
 
Depois de comer o afikoman
 
Nada deve ser comido, para manter o gosto afikoman na boca. A princípio, é correto ter cuidado para não beber qualquer bebida (exceto água).
 
Os posskim escreveram que chá ou suco concentrado diluído na água, é considerado como água.
 
Barech
 
No final da seudá, o Birkat Hamazon é recitado, não esquecendo de mencionar sobre o Yom Tov de Pessach e sobre o Shabat, quando Pessach cai na noite de Shabat.
 
Após o Birkat Hamazon, recitamos a berachá de sobre o terceiro copo dos quatro copos de vinho. Segundo o costume sefaradi, ao recitar a berachá pelo terceiro copo, devem ter a intenção de isentar o quarto copo.
 
Entre o terceiro copo e um quarto copo, nada deve ser bebido, exceto água.
 
Copo de Eliahu Hanavi
 
É costume servir o quinto copo (copo de Eliahu Hanavi), antes de recitar a parte “shefoch chamatchá”.
 
Este copo é servido por dúvida se a quinta linguagem de geulá “veheveti”, é considerada linguagem de gueulá ou não. É nomeado copo de Eliahu Hanavi, pois quando ele vier para proclamar sobre a vinda do Mashiach, solucionará todas as incógnitas.
 
Depois de servir este copo, recita-se o trecho “shefoch chamatchá…”. este trecho deve ser dito com a porta de casa aberta.
 
Beber o copo de Eliahu
 
Alguns costumam deixar o copo de Eliahu na mesa somente no momento de recitar “shefoch chamatchá…”. alguns costumam dividi-lo entre os participantes do seder, alguns costumam deixá-lo para o kidush do Yom Tov pela manhã. Caso seja deixado para o kidush, o copo deve estar coberto durante a noite.
 
Halel
 
O quarto copo de vinho é servido, e a segunda parte do hallel é recitada sobre ele. Após a berachá final do halel, o quarto copo é bebido ao estarmos inclinados para o lado esquerdo.
 
Segundo o costume ashkenazi, deve ser recitada a berachá de borê peri haguefen sobre o quarto copo. Segundo o costume sefaradi, não.
 
Após beber este copo, deve ser recitada a berachá al haguefen, não esquecendo de mencionar sobre o Yom Tov de Pessach e sobre o Shabat, quando Pessach cai na noite de Shabat.
 
Nirtsá
 
Depois de beber o quarto copo, o costume é de dizer “chassal sidur Pessach kehilcható…- concluímos nossos deveres sobre Pessach, conforme a halachá…”.
 
Há aqueles que o cantam em uma melodia especial e alegre que contém o trecho “no ano que vem em Jerusalém”.
 
Em muitas comunidades, são dito cânticos especiais sobre os milagres que ocorreram aos nossos antepassados nas noites de Pessach, como: Adir Hú, Chad Gadyiá e etc…
 
A história da saída do Egito
 
Quem conta a história da saída do Egito é louvado. É uma mitzvá para continuar contando a história da saída do Egito a noite toda, como Chazal disse: “É preciso estudar as leis de Pessach a noite toda”.
 
Escreveu o Rambam: “E todo aquele que acrescenta aos feitos de D'us, e sobre o que os egípcios fizeram conosco, e sobre a vingança de D'us com eles, e agradece-Lhe por exceder todo o bem que recebemos, é louvado.
 
Shir Hashirim – Após a refeição, há um costume para ler o Shir Hashirim.

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