Pergunte à uma pessoa na rua qual o significado do versículo: “olho por olho”. Esta pessoa lhe fará uma palestra sobre a doutrina da vingança. O versículo se tornou um símbolo de dureza e falta de flexibilidade.
De fato, é importante esclarecer que o próprio versículo trata somente de aspecto financeiro. As visões daqueles que estão longe da Torá são desapegadas da realidade. É impossível entender o significado literal da Torá, sem olhar para todo o seu alcance e profundidade total.
Aquele que conhece o modo de pensamento e de conduta do Talmud, sabe que ele é o grande livro que trata de divergências em diversos assuntos, para chegar à profunda e claríssima verdade. Aqui, no entanto, de modo unânime, os sábios concordam que o significado das palavras “olho por olho” trata somente de aspecto financeiro, pagamento do dano ao dano e, certamente, não se destina a sabotar o corpo daquele que prejudicou.
Para provar este conceito, devemos ler diversas passagens da Torá, em uma leitura lenta e atenta:
Shemot (21:18-19)
“Quando duas pessoas brigarem e um deles espancou seu amigo com pedra ou com punho, e este não morreu e (somente) caiu à cama (ficou imobilizado). Caso levante-se e ande por fora (apoiando-se) em seu apoio (bengala ou muleta), e o que espancou ficou livre (da pena de morte), deve pagar somente o tempo que esteve imobilizado e os gastos da cura”.
Este versículo trata de uma pessoa que propositalmente espanca seu companheiro. Ele afirma que, no caso em que o corpo da vítima é danificado, este deve pagar o tempo que ficou impossibilitado de trabalhar e também as despesas de sua cura.
Shemot (21:22-25)
“Quando (duas) pessoas brigarem e atingiram uma mulher grávida e não houve desastre, será castigado. Se acaso haja desastre, será dado alma por alma, olho por olho…queimadura por queimadura, ferida por ferida…”.
Esta seção também trata de um confronto entre duas pessoas, mas aqui a vítima é uma terceira pessoa, que não esteve envolvida no conflito (“mulher grávida”). Esta é uma pessoa que foi ferida acidentalmente.
Segundo o entendimento daqueles que opinam que “olho por olho” é literalmente praticado, a interpretação é que a Torá pune (mesmo sendo uma ferida não intencional) com um castigo cruel, mais grave e severo do que aquele que feriu intencionalmente, cuja punição é somente financeira.
Não é estranho que a punição em caso não intencional seria mais grave do que em caso intencional?
“E darás… olho por olho, mão por mão …”, qual é o significado das palavras: “darás”? Eis que segundo a interpretação que o castigo é literalmente segundo o escrito na Torá, aquele que foi prejudicado não recebe nada. aquele que cometeu o prejuízo, é que “deve perder o olho”. Portanto, por que a Torá escreveu a expressão “e darás”?
De fato, as palavras “e darás” significa punição financeira. Dar, aplica-se a algo que pode ser transmitido de mão em mão.
Além disso, a interpretação citada acima é minuciosa, pois está escrito “mão sob mão” esta palavra “sob” é a estrutura e a palavra chave para entender a todo este assunto.
Uma verificação minuciosa no Tanach nos concede o entendimento que a palavra “sob”, nunca esteve em posição de vingança. A primeira prova para isto foi no caso que Avraham Avinu sacrificou o carneiro ao invés de sacrificar a seu filho Yitschac, como consta na Torá (Bereshit 22:13): “sob seu filho” Yitschac não subiu ao altar, o cordeiro foi sacrificado em seu lugar.
E também nas palavras de Yehudá ao contestar a Yossef que ficaria no cativeiro em vez de Benyamin (Bereshit 34:33): “Agora, ficará seu servo em vez do jovem, servo do meu mestre”.
Mais uma prova de muitas outras, consta na parashat Emor (Vaikrá 24:18) “aquele que espanca uma alma animal (espanca um animal) deverá pagar, alma por alma”.
Segundo a interpretação que tudo é literalmente explicado e traduzido, como pode ser que o início da punição trata de punição financeira e a continuação do castigo trata de “pena de morte do animal daquele que feriu outro animal?!?”
Deste modo, um olho por olho significa repor algo àquele que fizestes perder o olho, ou seja, pagamento.
Pergunta: Por que a Torá não fala claramente que aquele que cega seu amigo, deve pagar? Por que abrir espaço para erros?
Resposta: se a Torá escrevesse explicitamente que nestes casos a punição era somente pagar, ao longo dos anos, as pessoas poderiam supor que não há uma diferença moral entre cegar uma pessoa e quebrar uma mesa, pois nos dois casos a punição é única: pagar!!!!
No entanto, ao estudar as palavras da Torá e ver o escrito ” olho por olho”, será vista a verdadeira perspectiva e dimensão de cegar uma pessoa, que não é somente o pagamento, como também considerá-lo como não existente neste mundo, como consta no Talmud (Nedarim 64b) que quatro pessoas são consideradas como já falecidas. Um deles é o cego.
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Pergunte à uma pessoa na rua qual o significado do versículo: “olho por olho”. Esta pessoa lhe fará uma palestra sobre a doutrina da vingança. O versículo se tornou um símbolo de dureza e falta de flexibilidade.
De fato, é importante esclarecer que o próprio versículo trata somente de aspecto financeiro. As visões daqueles que estão longe da Torá são desapegadas da realidade. É impossível entender o significado literal daTorá, sem olhar para todo o seu alcance e profundidade total.
Aquele que conhece o modo de pensamento e de conduta do Talmud, sabe que ele é o grande livro que trata de divergências em diversos assuntos, para chegar à profunda e claríssima verdade. Aqui, no entanto, de modo unanimo, os sábios concordam que o significado das palavras “olho por olho” trata somente de aspecto financeiro, pagamento do dano ao dano e, certamente, não se destina a sabotar o corpo daquele que prejudicou.
Para provar este conceito, devemos ler diversas passagens da Torá, em uma leitura lenta e atenta:
Shemot (21:18-19)
“Quando duas pessoas brigarem e um deles espancou seu amigo com pedra ou com punho, e este não morreu e (somente) caiu à cama (ficou imobilizado). Caso levante-se e ande por fora (apoiando-se) em seu apoio (bengala ou muleta), e o que espancou ficou livre (da pena de morte), deve pagar somente o tempo que esteve imobilizado e os gastos da cura”.
Este versículo trata de uma pessoa que propositalmente espanca seu companheiro. Ele afirma que, no caso em que o corpo da vítima é danificado, este deve pagar o tempo que ficou impossibilitado de trabalhar e também as despesas de sua cura.
Shemot (21:22-25)
“Quando (duas) pessoas brigarem e atingiram uma mulher grávida e não houve desastre, será castigado. Se acaso haja desastre, será dado alma por alma, olho por olho…queimadura por queimadura, ferida por ferida…”.
Esta seção também trata de um confronto entre duas pessoas, mas aqui a vítima é uma terceira pessoa, que não esteve envolvida no conflito (“mulher grávida”). Esta é uma pessoa que foi ferida acidentalmente.
Segundo o entendimento daqueles que opinam que “olho por olho” é literalmente praticado, a interpretação é que a Torá pune (mesmo sendo uma ferida não intencional) com um castigo cruel, mais grave e severo do que aquele que feriu intencionalmente, cuja punição é somente financeira.
Não é estranho que a punição em caso não intencional seria mais grave do que em caso intencional?
“E darás… olho por olho, mão por mão …”, qual é o significado das palavras: “darás”? Eis que segundo a interpretação que o castigo é literalmente segundo o escrito na Torá, aquele que foi prejudicado não recebe nada. O prejudicador é que “deve perder o olho”. Portanto, por que a Torá escreveu a expressão “e darás”?
De fato, as palavras “e darás” significa punição financeira. Dar, aplica-se a algo que pode ser transmitido de mão em mão.
Além disso, a interpretação citada acima é minuciosa, pois está escrito “mão sob mão” esta palavra “sob” é a estrutura e a palavra chave para entender a todo este assunto.
Uma verificação minuciosa no Tanach nos concede o entendimento que a palavra “sob”, nunca esteve em posição de vingança. A primeira prova para isto foi no caso que Avraham Avinu sacrificou o carneiro ao invés de sacrificar a seu filho Itschak, como consta na Torá (Bereshit 22:13): “sob seu filho” Itschak não subiu ao altar, o carneiro foi sacrificado em seu lugar.
E também nas palavras de Yehudá ao contestar a Yossef que ficaria no cativeiro em vez de Binyamin (Bereshit 34:33): “Agora, ficará seu servo em vez do jovem, servo do meu mestre”.
Mais uma prova de muitas outras, consta na parashat Emor (Vaikrá 24:18) “aquele que espanca uma alma animal (espanca um animal) deverá pagar, alma por alma”.
Segundo a interpretação que tudo é literalmente explicado e traduzido, como pode ser que o início da punição trata de punição financeira e a continuação do castigo trata de “pena de morte do animal daquele que feriu outro animal?!?“
Deste modo, um olho por olho significa repor algo àquele que fizestes perder o olho, ou seja, pagamento.
Pergunta: Por que a Torá não fala claramente que aquele que cega seu amigo, deve pagar? Por que abrir espaço para erros?
Resposta: se a Torá escrevesse explicitamente que nestes casos a punição era somente pagar, ao longo do as pessoas poderiam supor que não há uma diferença moral entre cegar uma pessoa e quebrar uma mesa, pois nos dois casos a punição é única: pagar!!!!
No entanto, ao estudar as palavras da Torá e ver o escrito ” olho por olho”, será vista a verdadeira perspectiva e dimensão de cegar uma pessoa, que não é somente o pagamento, como também considerá-lo como não existente neste mundo, como consta no Talmud (Nedarim 64b) que quatro pessoas são consideradas como já falecidas. Um deles é o cego.