Casamento e música, Shehecheyanu, cortar cabelo e unhas e mais… Todas as leis de luto, confere aqui.Na véspera de Tisha Beav em 2010, um dos palestrantes da organização Arachim, foi convidado a ministrar uma palestra para um grupo de jovens não religiosos, sobre a essência do dia de Tisha Beav. Ele tentou descrever a eles, a glória e o esplendor nos quais estavam o povo de Israel nos tempos nos quais os Batei Hamikdash estavam construídos. Ele contou também sobre o fim amargo da destruição. Tudo isto não deixando de ressaltar a grande esperança que o terceiro templo seja construído brevemente em nossos dias, amén. O palestrante encerrou a palestra com a famosa história do imperador francês Napoleão Bonaparte:
Era uma noite comum de verão em uma cidade do leste europeu. Napoleão Bonaparte, vindo de um dos campos de batalha, atravessa a cidade com sua atenção para uma pequena sinagoga que da qual escuta vozes e sons de tristeza. Napoleão desce de seu cavalo, e se aproxima da sinagoga. Dentro dela, ele descobre as pessoas sentadas no chão e, à luz de algumas velas, lêem livros com os sons de tristeza. Napoleão pede para explicar o motivo do choro e os judeus de luto explicam-lhe que estão de luto pela destruição do Templo, que é querido e precioso a seus corações. Perguntou Napoleão: “Quando esta casa foi destruída?” Os judeus lhe responderam: “há mais de 1.700 anos!” Napoleão ficou extremamente comovido e disse:
“Um povo com uma memória nacional tão grande, capaz de chorar com muitas lágrimas sobre a destruição de seu templo a mais de 1700 anos atrás como se fosse nestes dias, é também um povo com um futuro glorioso. Pois lembrar do passado, é uma garantia para o futuro”. Para alguns destes jovens, essa foi a primeira vez que ouviram falar do conteúdo de Tisha BeAv. Em seguida parte dos jovens receberam sobre si aplicar as específicas leis deste dia.
No dia de Tisha Beav a tarde, me liga uma pessoa e pergunta se eu fui o palestrante que explicou para os jovens sobre Tisha Beav? Quando eu respondi afirmativamente, o homem abriu a boca, gritando e xingando: meu filho assistiu sua palestra, e agora ele se senta no chão lamentando com muita tristeza a destruição dos dois Templos. “E o que há de errado com isso?” – Eu me atrevi a perguntar: “Você não entende!” Ele estava furioso, “Meu pai era um sobrevivente do Holocausto, ele manteve estritamente os mandamentos após a guerra. Com muita pouca idade, deixei o judaísmo. Particularmente me incomodou ver o meu pai sentado no chão e chorando pela destruição de uma casa que foi destruída há dois mil anos, em vez de ser feliz por estar neste país que estamos construindo suas ruínas. Por causa de você e por causa de pessoas parecidas com você, meu filho está chorando exatamente como meu pai! Agora você entende porque estou com raiva?
Parashat Pinchas inicia o ciclo dos Shabatot das três semanas de luto entre 17 de Tamuz e Tisha Beav. Nestes dias, devemos mais do que todos os outros dias do ano, devemos parar, olhar e ficar de luto pela destruição dos Templos e pelo afastamento da presença Divina. A ligação entre esta parashá e a destruição dos Templos, é que na parashá são descritos todos os sacrifícios a serem oferecidos durante as diversas festas e eventos no Beit Hamikdash, fato que nos desperta a saudade à possibilidade de sacrificá-los no Templo. Além disso, na haftará desta parashá consta o versículo (Hoshea 14:3) ” que nossas bocas reponham as vacas…” ou seja, que através de nossas rezas, possamos alcançar o objetivo da aproximação de D'us do mesmo modo que esta aproximação era alcançada com os sacrifícios.
Consta na Parashá, que após o “cessar fogo” da praga que o povo recebeu por servir à idolatria de baal peor, D'us ordena a Moshe, e a Elazar, que façam uma recontagem do povo. Durante a contagem da tribo de Reuven, a Torá descreve a participação de Datan e Aviram no caso de Korach. A Torá não esquece de contar um pequeno mas importante detalhe, e assim está escrito na Torá (Bamidbar 26:11) ” e os filhos de Korach não morreram”. Rashi explica que mesmo que os filhos de Korah no início estavam apoiando seu pai, de qualquer modo em seguida se arrependeram completamente disso. Portanto lhes foi dado um lugar superior e respeitoso no inferno, e neste lugar ficaram e cantaram músicas e cânticos de louvor a D'us, como consta no Talmud (Sanhedrin 110).
O Or Hachaim pergunta, por que a Torá omitiu este acontecimento que os filhos de Korach não faleceram, da própria parashat Korach? E por que a Torá menciona (na parashat Pinchas) todo o acontecimento de Korach, justamente na contagem da tribo de Levi e não na contagem da tribo de Levi, de onde Korach é oriundo? Responde o Or Hachaim, que a Torá quis nos transmitir que a severidade do pecado de Datan e Aviram foi muito maior do que a de Korach, pois destes dois não sobrou nenhum descendente que “salvou o nome da família” e de Korach, sim.
O que aconteceu no final com os filhos de Korach? Que significa que estavam no inferno, mas em lugar alto e elevado? O que significa que de um lugar respeitoso e elevado no inferno, cantaram m cântico de louvor a D'us? Será que eles ficaram no inferno afirmando eternamente que Moshe é verdadeiro e que sua Torá também é verdadeira, ou que tiveram o mérito de sair daquele lugar?
Consta no Talmud (Baba Batra 14), que David Hamelech escreveu o Tehilim junto com dez anciãos: Adão, Shem filho de Noach, Avraham Avinu, Moshe Rabenu, Heiman, Yedotan, três filhos de Korach (Assir, Elkana e Aviassaf), e o próprio David. De onde David Hamelech soube trazer para o Tehilim os cânticos dos filhos de Korach que foram cantados no inferno?
No primeiro Tehilim (Tehilim 42) que aparecem os filhos de Korach, está escrito o seguinte: ” Lamnatsêach maskil livnei korach (aos filhos de Korach)”. Rashi explica: ” os filhos de korach são: Assir, Elkana e Aviassaf. No princípio estavam junto com Korach, mas depois, quando a divergência com Moshe incandesceu, eles se afastaram. Eles ficaram dentro do espaço da boca aberta pela terra. Naquele lugar cantaram um cântico de louvor a D'us, saíram de lá e receberam profecia sobre o reino de David Hamelech”. Aprendemos daqui, que os três filhos de Korach ao estarem dentro da terra, cantaram para D'us. E não só isso, depois deste cântico tiveram o mérito de serem expelidos do inferno e de viverem dentro do povo de Israel como qualquer uma pessoa. Todos os descendentes de Korach, incluso Shemul Hanavi, são descendentes destes três fihos de Korach.
O motivo pelo qual eles escolheram cantar este cântico, foi seguinte: eles lembraram da advertência de Moshe dizendo a Korach que eles teriam o grande mérito de serem diferenciados do povo servindo a D1us no Beit Hamikdash. Um dos, senão o maior, serviços dos leviím, é o cântico no Beit Hamikdash. Eles não só pensaram nas palavras de Moshe e se arrependeram do mal caminho escolhido por Korach, como também puseram este arrependimento em prática, rezando para D'us mesmo estando num triste e severo estado de sofrimento.
Pelo simples fato de pensarem em arrepender-se, lhes foi concedido um lugar de respeito no inferno. E ao colocar este arrependimento na prática, pelo fato de ainda estarem vivos com a possibilidade de arrepender-se integralmente, tiveram o mérito de sair do inferno e voltar a seus postos comuns.
Os filhos de Korach mostraram a nós, um belo exemplo de arrependimento. Mesmo sendo membros de uma das mais tradicionais e famosas famílias do povo de Israel, mesmo que Korach era um dos grandes eruditos da geração e que discordou completamente de Moshe, no momento de enxergar a verdade com pureza e espiritualidade, viram que tudo o que estavam seguindo antes, lhes conduziriam ao fim.
Os filhos de Korach, cantaram um tehilim, que é uma das profecias da gueulá haatidá (a futura salvação), que trará para nós a notícia da construção do Beit Hamikdash. Deste trecho, nos ensina o Talmud (Yoma 86) “grandioso é o arrependimento que aproxima a gueulá (salvação)”
Por isso, podemos entender por que D'us escolheu revelar na Parashat Pinchas o fato que os filhos de Korach não morreram: pois Ele sabia que Ezra, o escriba, colocaria a ordem da leitura da Torá de tal modo que esta Parashá sempre sairia no primeiro Shabat das três semanas de luto. Para que nós possamos refletir e conscientizar, que somente através de um verdadeiro e integral arrependimento, poderemos trazer novamente o Beit Hamikdash para nossa realidade, Amen.
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