Shabbat

Parashat Pecudê – Nome limpo na praça

A carga da liderança estava muito pesada para o Rebe. Portanto, ele costumava ir para a casa de um de seus chassidim , até recuperar-se e retomar forças. O chassid escolhido era uma pessoa temente a D'us, que cumpria tanto as mitsvot mais fáceis quanto as mais difíceis, no mesmo rigor. Em muitos casos, o anfitrião era um homem rico cuja casa era grande e larga, de modo que o Rebe pudesse descansar com tranquilidade.
 
Em uma das vezes, o Rebe foi descansar na casa do Reb Zalman. Antes da chegada do Rebe, Reb Zalman reuniu sua equipe de funcionários e orientando-os como agir durante a permanência do Rebe em sua casa. Quando o Rebe e sua comitiva chegaram na casa de Reb Zalman, este recebeu-os calorosamente e muito humildemente, levando-os para os quartos determinados ao Rebe e sua comitiva.
 
Depois de descansar da viagem cansativa, o Rebe perguntou a Reb Zalman, onde poderia ficar sozinho para conversar com D'us. Reb Zalman levou-o à sua sala de trabalho. Quando viu que o Rebe estava satisfeito, , aumentou a alegria em seu coração, pois sabia que não a riqueza enriquece, mas sim a benção que está nela.
 
Quando Reb Zalman saiu da sala, o Rebe também estava saindo da sala com ele.
 
Reb Zalman ficou profundamente surpreendido, será que o Rebe encontrou alguma falha na minha sala de trabalho? O Rebe que percebeu a frustração de Reb Zalman, explicou imediatamente o seguinte: de modo algum, não encontrei nenhuma falha ou algo errado. Porém ao entrar na sala, percebi que haviam Mas quando entrei em seu quarto, percebi que havia muito dinheiro sobre a mesa. Em todo momento que você estava na sala, estava tranquilo. Porém quando você saiu, fiquei com receio de estar sozinho com este dinheiro sobre a mesa, pois caso faltasse algum dinheiro depois de minha estada nesta sala, o que será de mim?
 
Ao ouvir estas palavras do Rebe, Reb Zalman ficou abalado.. Com lágrimas nos olhos, virou-se para o Rebe e perguntou: “O Rebe acha que se sumir dinheiro, eu suspeitei no Rebe? D'us me livre?”
 
“Não Zalman,” respondeu o Rebe, “eu sei com certeza que você não suspeitava que eu roubei seu dinheiro, D'us me livre. Porém, caso o dinheiro suma, não quero que digam “o Rabino não é ladrão”. Pois mesmo que isto mantém meu nome limpo, não soa bem escutar este “par de palavras- Rabino ladrão” sendo pronunciadas juntas, mesmo não havendo culpa nenhuma e nenhuma suspeita sobre o Rabino..
 
A Torá atribui grande importância à maneira pela qual o ato é captado pelos seres humanos. Um exemplo disso aparece nas palavras Tosefta que trata sobre a doação pública para os devidos sacrifícios públicos e demais atividades do Beit Hamikdash: ” a pessoa que entrou na sala do tesouro, verificavam seus bolsos tanto na entrada quanto na saída, e durante o tempo que esteve dentro, conversavam com ele o tempo inteiro, para que não desvie sua atenção do serviço que veio cumprir. Sobre isto está escrito na Torá (Bamidbar 32:22): “…que vocês estejam limpos (de nenhuma suspeita), perante aos olhos de D'us e do povo de Israel”. E também está escrito (Devarim 6:18): “..sempre faça o certo e o bom perante aos olhos de D'us”. O bom perante aos céus, e o certo, perante aos seres humanos.
 
A perfeição da mitsvá não consiste apenas no cumprimento das regras da halachá. Também é composto pelas implicações sociais do ato. Se uma pessoa fez uma mitzvá, mas causou a suspeita de pessoas, ele cumpriu a coisa certa, mas não a coisa boa.
 
Nesta situação, a suspeita cai sobre duas pessoas: 1- sobre aquele que suspeitou de seu companheiro. 2- sobre aquele que suspeitaram dele, que em seus atos causou que suspeitarem dele.
 
É importante perguntar: Por que a pessoa deve cuidar que não suspeitam dele, uma vez que consta no profeta (Shemuel 1 16:7): “a pessoa vê os olhos, e D'us vê os corações”!!!. Será que a pessoa pode causar que ninguém suspeite dele?! ?
 
Três círculos giram em torno da pessoa durante sua vida: entre a pessoa e D'us. Entre a pessoa e si mesmo. Entre a pessoa e seu próximo. a perfeição nunca será alcançada, caso a pessoa esteja desligada de um desses três círculos.
 
Caso a pessoa almeja a perfeição, ela deve desenvolver e fortalecer todos os três círculos. Fortalecer o relacionamento entre a pessoa e D'us, é feito através de que a pessoa cumpra as leis determinadas por D'us.
 
Fortaelecer o relacionamento entre a pessoa e si mesmo, é cuidar com preciosidade de se comportar com delicadeza e educação, dominando seus desejos materiais. Deste modo, conhecerá seus desejos e suas virtudes pessoais.
 
Fortalecer o relacionamento entre a pessoa e seu próximo, virá através de que cuide de não causar prejuízo a seu companheiro, respeitando seus pertences materiais.
 
Quando o homem almeja a perfeição, ele deve direcionar suas ações para esses três círculos. Somente quando todos os três se unem para ser um, podemos coroar esse ato como “um ato completo”.
 
Assim como o pecado causa o colapso da conexão entre o homem e D'us, um ato feito (com a maior justificativa possível) que causou suspeita sobre certa pessoa, estraga essa conexão e, portanto, é inválido.
 
A Torá descreve o relato das despesas que foram tomadas para a construção do Mishkan, que Moshe Rabeinu apresentou ao público. Este relato detalhado levanta a questão dos sábios do Midrash. E por que Moshe foi obrigado a informar ao público: “Para onde foi o dinheiro?” , uma vez que D'us testemunho sobre Moshe: “Em toda a minha casa ele é fiel” (Bamidbar 12: 7).
 
A resposta é a seguinte: Moshe não queria causar nenhuma suspeita sobre si. Ele queria estar limpo perante aos olhos do ovo e aos olhos de D'us, para que ninguém suspeitasse que Moshe tivesse pego algo para si.
 
 

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