Pouco antes de deixar a Casa Branca colocou o então presidente Obama uma carta para seu substituto, o novo presidente, Donald Trump. Esta carta foi escrita em papel oficial da Casa Branca e na gaveta de cima da mesa principal: “Parabéns por uma campanha extraordinária”, assim Obama iniciou a carta. “Milhões de pessoas se apegam às suas esperanças, e todos nós, independentemente de filiações partidárias, devemos expandir a prosperidade e a segurança durante o seu mandato.” No centro da carta, Obama se volta para Trump e menciona:
“Somos inquilinos temporários deste escritório (Casa Branca) “
Isso nos faz tutores de instituições e tradições democráticas – como o Estado de Direito, a separação dos poderes, a igual proteção e liberdades civis – os nossos antepassados lutaram e sangraram para eles, independentemente das entranhas da política cotidiana. Cabe a nós preservar essas ferramentas da democracia, que permaneçam pelo menos tão fortes quanto as encontramos. “
É surpreendente quão apropriada é esta carta, com pequenas mudanças, a todo judeu – em sua chegada ao mundo.
Após a repreensão dita por Moshe, e o pacto feito com o povo de Israel, Moshe chamou ao povo e assim lhes disseram (Devarim 29:1-4): ” Vocês já viram tudo o que D'us fez perante a seus olhos…aqueles sinais e as grandes maravilhas…e D'us não lhes deu coração para saber (entender) olhos para verem e ouvidos para escutar, até este dia”. Rashi explica as seguintes palavras: e D'us não lhes deu coração para saber (entender)– vocês não reconheceram a bondade Divina, para que aproximem-se Dele..
Literalmente os pessukim parecem ensinar que Moshe defendeu o povo de Israel pela distância deles de D'us, uma vez que pelos devidos acontecimentos, deveriam estar mais próximos. Esta defesa foi expressada nas palavras “e D'us não lhes deu coração…”. Sobre esta interpretação, questiona o Abarbanel: parece, que este passuk ensina que todas as revoltas feitas pelo povo durante os quarenta anos de caminhada pelo deserto estão “protegidos pela lei”, uma vez que D'us não lhes outorgou a sabedoria e inteligência para que possam se aproximar Dele. Mas na verdade, as coisas não são assim, pois consta no Talmud (Berachot 33b), todas as coisa do mundo dependem da vontade Divina, exceto o temor aos céus (pois é parte pessoal de cada pessoa). E já que D'us é a primeira razão de todas as razões, a pessoa tem a possibilidade e o livre arbítrio reconhecer o poder e a força Divina, sabendo que Ele é o motivo e a razão da existência do mundo. Portanto, como pode ser que Moshe disse ao povo que “…D'us não lhes deu coração para saber (entender) olhos para verem e ouvidos para escutar, até este dia”?
Explica o Abarbanel, que este passuk foi dito em incógnita ” …D'us não lhes deu coração para saber (entender) olhos para verem e ouvidos para escutar, até este dia”? por que vocês não se aproximaram Dele como era suposto após todas estes milagres e maravilhas feitas por Ele?!?
Usando a pergunta do Abarbanel como base de entendimento, temos uma nova compreensão das palavras de Rashi: a falta de reconhecimento dos acontecimentos durante os quarenta anos de caminhada pelo deserto, os impediu que entendessem isso perfeitamente e portanto, não se aproximaram devidamente de D'us.
Outro ponto que enfatiza Rashi: “reconhecer a bondade Divina para que aproximem-se Dele. A reclamação (crítica) ao povo de Israel é que tais bondades não os trouxe à uma aproximação Divina. Talvez esta é a diferença entre a misericórdia Divina e entre milagre Divino: Um milagre inerentemente levanta mesmo em pessoas simples e mais afastadas temor a D'us, a fé e etc… . Porém a bondade Divina, deve despertar no receptor a aproximação de D'us. Portanto, este foi o argumento alegado por Moshe ao povo de Israel: não reconhecimento da abundância Divina fornecidas a eles em uma base diária sobre todos os anos no deserto. Caso soubessem reconhecer esta bondade Divina, seria supostamente automática a aproximação Dele, ou seja, seguir Seus caminhos.
D'us concedeu ao povo de Israel, todas as ferramentas e informações certas para alcançar as conclusões corretas, fez milagres explícitos no Egito e durante os longos anos de peregrinação no deserto. Mas eles optaram por não “perceber” estas bondades, para que não estejam obrigados a se aproximar Dele. E assim consta no Tehilim (95:10) ” por quarenta anos Meu desgosto fez aquela geração vagar pelo deserto, pois eu lhes disse: sois um povo de coração desnorteado incapaz de trilhar Meus caminhos”. A falta de observação é o que os levou ao mau comportamento.
Estamos no final do ano 5778, dias que devemos parar a correria cotidiana e pensar nas ferramentas que nos foram outorgadas com graça por D'us e perguntar a nós mesmos. Será que usamos tais ferramentas para os devidos objetivos? Talvez as ferramentas foram desgastadas por uso incorreto?
Uma antiga parábola aguça a moral exigida nos dias de hoje: um trabalhador foi contratado como lenhador. O salário era bom, as condições de trabalho eram ainda melhores e ele pretendia fazer bem o seu trabalho.
No primeiro dia ele se apresentou ao diretor de trabalho, que lhe deu um machado e lhe atribuiu uma área na floresta. O homem entrou na floresta para cortar árvores com entusiasmo. Em um dia ele cortou dezoito árvores. “Ótimo, excelente”, disse-lhe o diretor ao lenhador. Incentivado por suas palavras, o lenhador decidiu melhorar sua produção no dia seguinte, então dormiu cedo. De manhã cedo ele correu para a floresta. Mas apesar de todos os seus esforços, ele não conseguiu cortar mais de quinze árvores. “Eu devo estar cansado”, ele pensou, e decidiu dormir cedo antes do pôr do sol. Ao nascer do sol, levantou-se e estava determinado a quebrar o recorde das dezoito árvores. No entanto, ele não conseguiu chegar a metade daquele dia. No dia seguinte, ele cortou sete, depois cinco, no último dia ele tentou todas as tardes para cortar a segunda árvore. Preocupado com o que dizer para o diretor, o lenhador disse ao diretor, o que havia acontecido. O diretor ouviu e perguntou: “Quando foi a última vez que afiastes o machado?”
“Afiar?!? Estou tão ocupado cortando as árvores, que não tenho tempo para isso!”
Parar para pensar nas bondades Divinas e averiguar se nós nos aproximamos Dele, é comparado a afiar a faca.
O resto, depende de nosso entendimento…
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